O desfile cívico de 7 de setembro em Palmas de Monte Alto é uma tradição que atravessa gerações, refletindo a história e os valores da comunidade local. Iniciado na década de 1950, o evento evoluiu significativamente ao longo dos anos, incorporando novas temáticas e práticas que dialogam com as transformações sociais e culturais da cidade. Embora a essência do desfile permaneça, celebrando o patriotismo e a identidade regional, ele também passou por mudanças importantes, adaptando-se às novas realidades e mantendo seu lugar de destaque no calendário de festividades de Palmas de Monte Alto. No Fala Você Notícias desta segunda-feira (02), Vicência Paula, secretária de Educação, e Neurivânia Jurema, diretora do Colégio Municipal Eliza Teixeira de Moura, discutiram o desfile cívico de 7 de setembro, destacando sua relevância para a comunidade montealtense e seu papel na preservação das tradições locais.
Neurivânia Jurema destacou que a história do desfile cívico de Monte Alto está intimamente ligada ao Colégio Municipal Eliza Teixeira de Moura. O desfile de 7 de setembro começou na década de 1950, precisamente em 1950, com a chegada da professora Gildete Alcântara à Escola Municipal Marcelino Neves. Ao longo dos anos, o Colégio Dom Lussolilo também participou do desenvolvimento do desfile. Foi apenas em 1978 que o Colégio Municipal Elisa Teixeira de Moura assumiu definitivamente essa tradição.
Vicência Paula complementou, lembrando que o grupo escolar Marcelino Neves foi inaugurado em 1948, inicialmente como uma instituição estadual, e posteriormente municipalizado. Ela recorda que a professora Gildete Alcântara chegou em 1959, trazendo consigo a tradição do desfile cívico. Com a presença de dona Gildete, o desfile passou a ser realizado nas ruas, fortalecendo a cultura cívica local. Paula, ex-aluna do Colégio Marcelino Neves e, mais tarde, do Colégio Eliza Teixeira de Moura, mencionou as mudanças que o desfile cívico de Palmas de Monte Alto sofreu ao longo dos anos. As diferenças são claramente visíveis quando se comparam fotos antigas com as mais recentes. No entanto, apesar dessas transformações, a população ainda mantém um forte vínculo com a tradição do desfile de 7 de setembro.
Em outras épocas, era comum que a população se preparasse com antecedência para o desfile, arrumando e pintando as casas, confeccionando roupas novas e preparando bolos para a data festiva. Hoje, embora as pessoas arrumem suas casas com mais frequência ao longo do ano, o espírito de celebração do 7 de setembro continua presente. Atualmente, as ruas são pintadas para garantir uma organização mais eficiente dos desfiles. No passado, havia uma ordem rigorosa, onde os alunos mediam a distância entre si usando os braços. Todos os participantes usavam uniformes e marchavam com precisão, mas essas práticas também mudaram com o tempo, influenciadas pela evolução tecnológica. Ainda assim, o desfile não perdeu sua beleza, valor ou espaço na cultura de Palmas de Monte Alto.
Neurivânia ressaltou que o Colégio Municipal Eliza Teixeira de Moura é uma instituição de grande porte, atendendo alunos do sexto ao nono ano, além de oferecer educação para jovens e adultos (EJA). Atualmente, a escola possui cerca de 970 alunos matriculados e aproximadamente 120 servidores. O colégio continua a abraçar a tradição do desfile cívico de 7 de setembro, que é uma parte fundamental do calendário escolar.
O planejamento para o desfile começa geralmente entre abril e maio. Embora o projeto tenha sido idealizado no ano passado, dificuldades financeiras no município forçaram a interrupção do evento. Jurema mencionou que o professor doutor Ginaldo Cardoso é o responsável por elaborar as temáticas, em conjunto com a escola e a Secretaria Municipal de Educação. Essas temáticas passam por uma revisão da equipe gestora, são apresentadas aos professores e adaptadas conforme necessário. No ano passado, o tema foi apresentado aos pais, alunos e integrado ao plano de ensino de cada professor. O desfile de 7 de setembro é, na verdade, uma pré-culminância do projeto da unidade, intitulado “De sol a sol, a força de um sertão arretado de bom”, cujos trabalhos realizados pelos alunos também são expostos durante o evento.
Neste ano, o desfile contará com dois grupos principais: o primeiro será dedicado ao cordel, com o tema “A cultura popular”, e o segundo abordará “A vida sertaneja sob o olhar das xilogravuras”. A escolha do tema sobre a vida do sertanejo reflete a inspiração que a resiliência e a força desse povo trazem, destacando sua fé e esperança em dias melhores. Vicência Paula complementou, mencionando que o verde do sertão, presente no tema, simboliza a esperança e o constante desejo de melhorar as condições de vida. Para ela, o desfile é também uma expressão do sentimento de pertencimento àquela comunidade, cultura e ao processo pedagógico.
O desfile de 7 de setembro será dividido em quatro setores, cada um encerrado com um carro alegórico. O primeiro setor terá como tema “No meio da caatinga brota a vida sertaneja”, o segundo, “As terras do sertão e a riqueza”, e o terceiro setor abordará a arte e a cultura sertaneja, com destaque para obras como Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos. O último setor trará a maior festa popular da região, a festa junina, e fechará com a temática “A esperança que move o sertão”, simbolizada pelo chapéu de Lampião, um ícone nordestino.
As festividades começarão no dia 6 de setembro, com apresentações de Tiago Aquino, Nego Jha, João e Rafa. No dia 7 de setembro, a festa ficará por conta de Dois Amores, Tayrone e a banda A Tarrachada. Para encerrar, no dia 8 de setembro, haverá um show católico com o Padre Edson, além das apresentações de Leandro Rui, Caviar com Rapadura e Eita Bichão.
Clique no vídeo e assista ao bate-papo completo sobre a importância do desfile cívico de 7 de setembro em Palmas de Monte Alto!
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