Leiliane Magalhães, fonoaudióloga e especialista em neuromodulação, participou do programa Fala Você Notícias nesta segunda-feira (23) para falar sobre os benefícios dessa técnica terapêutica. A neuromodulação utiliza estímulos, como correntes elétricas ou magnéticas, para regular e otimizar a atividade do sistema nervoso. Seus benefícios incluem a recuperação de funções motoras, cognitivas e de fala, sendo especialmente eficaz no tratamento de pessoas que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, a técnica também pode ser utilizada na reabilitação de pacientes com distúrbios neurológicos, como a disartria, promovendo melhorias significativas na comunicação e na qualidade de vida.
Formação e trajetória de Leiliane Magalhães
Leiliane Magalhães é graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal da Bahia, possui certificação em neuromodulação e especialização em neuropediatria, com foco em disfagia e motricidade oral. Ela atua na Clínica Guanambi, onde lidera uma equipe composta por seis fonoaudiólogas, atendendo a todas as demandas da área de fonoaudiologia, desde bebês até idosos. Nascida em Guanambi, Leiliane saiu da cidade para estudar e passou 20 anos fora retornando há cinco anos. Com 13 anos de experiência na fonoaudiologia, ela já construiu uma sólida carreira na área.
Como funciona a neuromodulação
Segundo Leiliane, a neuromodulação é um conjunto de técnicas que visa alterar a atividade cerebral. A técnica mais comum é a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC), na qual uma corrente elétrica de baixa intensidade é aplicada em áreas específicas do cérebro, dependendo das necessidades do paciente. A neuromodulação abrange várias condições de saúde, sendo indicada para o tratamento de dores crônicas, autismo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ansiedade, depressão, problemas de fala, dificuldades motoras e doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer e AVC.
Procedimento e segurança da neuromodulação
O procedimento de neuromodulação é não invasivo. São colocados eletrodos na cabeça do paciente, e o efeito colateral mais comum é uma leve sensação de formigamento, que pode ser minimizada com a técnica adequada. A intensidade da corrente e a duração do tratamento, que normalmente varia entre 20 a 30 minutos, são determinadas por um protocolo específico para cada paciente.
A decisão de trazer o tratamento para Guanambi
Leiliane decidiu trazer o tratamento para Guanambi por uma necessidade pessoal: durante uma consulta em Salvador, foi indicado que seu filho precisaria de neuromodulação. Entretanto, a logística e os custos de deslocamento para sessões contínuas em outra cidade seriam inviáveis. Na época, o tratamento era mais comum nos Estados Unidos e acessível apenas para pessoas com alto poder aquisitivo. No entanto, com a introdução de novos equipamentos e capacitações no Brasil, Leiliane viu a oportunidade de trazer a técnica para sua cidade natal.
Neuromodulação como complemento à fonoaudiologia
A neuromodulação pode ser usada em conjunto com a terapia fonoaudiológica tradicional. Para pacientes que sofreram AVC, por exemplo, ela pode ajudar a recuperar a comunicação e a linguagem, assim como reverter a paralisia facial. A técnica permite a criação de protocolos personalizados, focando na estimulação de áreas específicas do cérebro para restaurar habilidades perdidas. À medida que o paciente avança, novos protocolos são implementados para trabalhar outras áreas do cérebro e melhorar a função motora, harmonização facial e produção da fala.
Tipos de neuromodulação e planos futuros
Atualmente, os tipos mais comuns de neuromodulação são a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS), na qual Leiliane atua, e a Estimulação Magnética Transcraniana (TMS). Este último procedimento ainda é raro no Brasil devido ao alto custo dos equipamentos, mas Leiliane pretende investir na área e trazer essa modalidade também para Guanambi. Há também o neurofeedback, uma técnica já conhecida por tratar o TDAH.
Segurança e contraindicações da neuromodulação
A neuromodulação se diferencia de outras abordagens por estimular diretamente o cérebro, enquanto os métodos tradicionais tendem a atuar de forma periférica, esperando que o cérebro responda ao estímulo. Embora o tratamento seja seguro, é necessário realizar uma avaliação cuidadosa do paciente, especialmente se ele tiver histórico de epilepsia ou convulsões. Também é importante verificar a presença de metais no corpo, já que o procedimento envolve estímulos elétricos.
Depoimentos de pacientes sobre a neuromodulação
Durante o programa, Vania, mãe de Luiz Felipe, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 3, compartilhou seu relato sobre o tratamento de seu filho com neuromodulação por estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Ela destacou como o tratamento melhorou a atenção e a interação de seu filho com o ambiente ao seu redor. Outro depoimento foi de Dona Ana, que relatou alívio significativo da ansiedade e dos sintomas físicos associados, como dores de cabeça, refluxo e ressecamento dos ouvidos, após realizar sessões de neuromodulação.
Inovação e impacto na saúde da região
Hoje, Leiliane Magalhães e sua equipe na Clínica Guanambi oferecem um atendimento de ponta, beneficiando pacientes de diversas idades e com diferentes condições, transformando vidas e trazendo inovação para a saúde da região.
Assista ao bate-papo completo! Clique no vídeo e veja Leiliane Magalhães, fonoaudióloga e especialista em neuromodulação, explicar todos os benefícios dessa técnica inovadora para o tratamento de AVC, distúrbios neurológicos e muito mais.
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