Servidor do TJ-BA denuncia irregularidades e falta de transparência na diretoria do Sinpojud

Denúncias apontam falhas graves na gestão, suspeitas de desvios e abandono das pautas históricas da categoria. Filiados questionam a atuação da diretoria e cobram auditoria, transparência e intervenção imediata.

Samuel Nonato, servidor do TJBA.

O servidor do Tribunal de Justiça da Bahia, Samuel Nonato, sindicalizado ao Sinpojud, trouxe a público denúncias graves sobre irregularidades financeiras, falta de transparência e uma crise ética na entidade que representa mais de 6 mil servidores do Judiciário baiano.

Em entrevista à Fala Você Notícias desta quinta (13), Samuel detalhou como a crise começou e como os filiados hoje enfrentam um cenário de insegurança, falta de representatividade e abandono das pautas históricas da categoria.

Conflito interno expôs supostas ilegalidades

Segundo Samuel, tudo começou quando o presidente do Sinpojud e a diretora financeira, ambos eleitos para a atual gestão, entraram em conflito. O próprio presidente denunciou a diretora por “incongruências” na área financeira.

O Conselho Fiscal foi acionado e, ao investigar, encontrou um conjunto de irregularidades, entre elas:

- Pagamento mensal de R$ 63.500 a uma corretora de seguros sem contrato formal com o sindicato;

- Pagamento mensal de R$ 14 mil a uma empresa chamada MB Planos, quando o valor correto deveria ser R$ 5 mil;

Inconsistências em contas de energia, boletos bancários e planilhas de despesas;

Utilização de recursos da entidade sem justificativa adequada.

“O relatório do Conselho Fiscal é gravoso”, afirma Samuel, ressaltando que a própria assembleia geral dos filiados aprovou o afastamento da diretora financeira e a instalação de uma auditoria com prazo de 60 dias — processo que, segundo ele, não foi instalado até hoje.

Crise se agrava e denúncias se multiplicam

Após a divulgação das primeiras irregularidades, novos conflitos surgiram. De acordo com Samuel, um dos proprietários de uma das corretoras denunciou o presidente nas redes sociais, acusando-o de tráfico de influência, favorecimento à companheira e concessão indevida de plano de saúde a familiares.

Além disso, ele relata que o presidente passou a usar segurança particular e promover festas e eventos financiados pela entidade, sem esclarecer ao filiado a real situação da crise institucional. “Hoje vivemos uma crise ética, moral e de gestão sem precedentes”, afirma.

Inação compromete pautas da categoria

Segundo Samuel, a falta de clareza e a briga interna estão travando toda a pauta de luta do Sinpojud:

- Plano de carreira parado;

- Negociações estagnadas com o Tribunal de Justiça;

Perdas salariais acumuladas;

Dificuldades enfrentadas por aposentados e pensionistas;

Queda no número de filiados por descrença na atual diretoria.

“Muitos estão se desfiliando. Um sindicato com 6.478 filiados corre o risco de perder sua força por falta de transparência”, alerta.

Categoria está “revoltada, mas silenciosa”

Samuel afirma que o sentimento predominante entre os filiados é de revolta silenciosa.

“A categoria aguarda uma solução, mas muitos têm medo de se posicionar”, diz ele. “Há delegados que apoiam um lado ou outro, quando a única pauta deveria ser a verdade e a defesa do servidor.”

Ação judicial pede intervenção no Sinpojud

Diante do impasse, um grupo de servidores ingressou com uma ação judicial de intervenção, pedindo:

- Afastamento do presidente e da diretora financeira;

- Instalação imediata de auditoria;

Nomeação de interventor judicial;

Antecipação das eleições da entidade.

Samuel afirma que todas as denúncias estão documentadas e anexadas ao processo.

Ministério Público será acionado

Ele confirma que as denúncias também serão levadas ao Ministério Público Estadual, já que o sindicato lida com valores que chegam a dezenas de milhares de reais por mês, pagos exclusivamente pelos filiados.

Como restabelecer a credibilidade?

Para Samuel, a solução passa por medidas firmes: “É preciso afastar toda a diretoria, instalar auditoria e convocar novas eleições. O Sinpojud tem 35 anos de história e não pode ser destruído por uma gestão sem transparência.”

Mensagem aos servidores

Samuel pediu mobilização da categoria: “Colega, mobilize-se. Venha para o sindicato, acompanhe o que está acontecendo. É o nosso recurso, é a contribuição de aposentados e pensionistas. Precisamos lutar por transparência e um sindicato raiz, que volte a ser instrumento de luta.”

Onde acompanhar as informações?

Segundo ele, como o site oficial do sindicato não divulga as atas e movimentações internas, os servidores têm recorrido a um canal alternativo:

- Sinpojud pela Base – página independente mantida por filiados.

Quer entender toda a verdade por trás dessa crise? Assista agora à entrevista completa no YouTube — Neide Lu Fala Você Notícias.

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